ECONOMIA

Caminho do Desenvolvimento

Três dos mais importantes equipamentos para o desenvolvimento sócio-econômico do Rio Grande do Norte avançam em sua viabilização. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina hoje os decretos autorizando a "concessão onerosa" para a realização das obras e administração do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, além de homologar a instalação das Zonas de Processamento de Exportação (ZPE's) de Assu e Mossoró.

Flávio Azevedo ressalta que empreendimentos vão promover salto na economia Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press O modelo de concessão do aeroporto é inédito no Brasil e o grupo vencedor da licitação terá o direito de explorar o equipamento por 35 anos, renováveis por mais 35. De acordo com o secretário estadual de Planejamento e Finanças, Nelson Tavares, o edital de concorrência deverá ser lançado na segunda quinzena de junho.Empresários e políticos consideram o dia de hoje um marco na vida econômica do estado. "Para mim, hoje é um dia particularmente feliz. As obras em questão formam um novo cenário no desenvolvimento do RN, pois o aeroporto e a ZPE de Macaíba se auto-alavancam, promovendo um enorme salto no desenvolvimento do estado", diz o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, Flávio Azevedo.

Sem se prender a números, Azevedo diz que os equipamentos já trazem "bons frutos" em sua construção, pois são obras consideradas complexas, exigindo uma grande rede de profissionais para serem executadas. "São projetos de larga dimensão. Eu não me arrisco a dizer quantos empregos elas podem gerar. Deve ser muito comemorado o fato por ele ser fruto da união de forças de empresários e políticos", afirma o presidente.No mesmo tom, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Francisco Segundo de Paula, diz que o aeroporto é "uma luta antiga" e ninguém tem condições de mensurar os benefícios do resultado da obra. "Ele funcionará como um hub (peça central de uma rede) por causa de sua logística. Nenhum comandante de aeronave vai querer esticar a viagem por mais 1.500 ou 2.000 quilômetros, quando poderá utilizar a pista do aeroporto de São Gonçalo", explica Segundo de Paula.

A primeira etapa - de um total de três, que irão ser executadas de acordo com o aumento de demanda - do aeroporto de São Gonçalo do Amarante deve custar cerca de R$ 1 bilhão.A expectativa do governo do estado é que o aeroporto seja concluído até o final de 2013, pois será uma obra de infraestrutura fundamental para a Copa de 2014. O terminal terá capacidade para atender anualmente cinco milhões de passageiros nesta primeira etapa. Hoje, o Augusto Severo movimenta cerca de 1,8 milhão de passageiros por ano.EquipamentosAs ZPE's são áreas de livre comércio onde as empresas instaladas nela devem destinar pelo menos 80% de sua produção ao mercado externo, além de visarem reduzir desequilíbrios regionais, bem como fortalecer a balança de pagamentos e promover a difusão tecnológica de uma localidade.

Por Renato Lisboa

O engenheiro civil Mário Sérgio Viveiros, assessor da Fiern na elaboração do projeto da ZPE de Macaíba, diz que o espaço do equipamento terá 165 hectares, sendo 35 deles para área de preservação ambiental. Ele diz que o perfil das indústrias instaladas nela depende muito da vocação econômica do município em que a ZPE é localizada.